Header Ads


Volkswagen pega carona na Copa do Mundo da Fifa e investe na série Seleção para Gol, Fox e Voyage

Há tempos a Volkswagen gosta de associar sua imagem à Copa do Mundo. Mesmo sem patrocinar oficialmente a competição. A marca já criou versões especiais para o Gol na época dos mundiais de futebol de 1982, 1994, 2002, 2006 e 2010.
E agora, mesmo sem o direito de usar a logomarca da Copa do Mundo da Fifa de 2014 – que no mercado automotivo tem patrocínio exclusivo das sul-coreanas Hyundai e Kia –, a fabricante alemã se aproveita do fato de ser patrocinadora da Confederação Brasileira de Futebol para tentar faturar com o inexorável “clima patriótico” gerado no Brasil pelo torneio esportivo em cima da linha Seleção. Com produção de 20 mil unidades divididas entre os modelos hatches Gol e Fox e o sedã Voyage, a série especial incorpora itens de acabamento alusivos à CBF e ao futebol às configurações 1.0 e 1.6 dos compactos.
Ou seja, no caso do Voyage Seleção 1.6 I-Motion, por exemplo, o veículo é praticamente idêntico à versão I-Motion 1.6 tradicional do sedã, adicionando o kit de acesso completo para quatro portas, rodas de liga leve de 14 polegadas e o pacote I-Trend. Sendo que na edição limitada as opções de cor de carroceria são só a preta, branca e prata e o carro traz repetidores de seta nos retrovisores e pedais com cobertura de alumínio. E a diferença entre os dois modelos é de apenas R$ 154, cobrados a mais na edição especial Seleção.
Por fora, o Voyage muda muito pouco. Um escudo da CBF com fundo transparente e marcações em preto no para-lamas, faixas laterais com a inscrição “Seleção” também em preto e dois traços – um verde e outro amarelo – em alumínio na traseira resumem a mudança “marqueteira” que pega carona na Copa de 2014.
Além disso, só as capas dos retrovisores em preto laqueado com luz de setas e rodas de liga leve de 15 polegadas opcionais que imitam uma bola – são, aliás, parecidas com a logo da Copa do Mundo de 1970, disputada no México e que deu ao Brasil seu tricampeonato. Com elas, o carro ganha pneus 195/55 R15 – no lugar dos 185/65 R14 de série.
Já o interior tem pedais esportivos com cobertura de alumínio e bancos desenvolvidos exclusivamente para a série. O revestimento de tecido em malharia vem com uma faixa azul, o nome da versão gravado e grafismo em baixo relevo apelidado de Soccer pela fabricante, em função do formato de gomos de bolas de futebol.
E que, assim como a roda opcional, parece ter sido inspirado na logo da Copa de 70. Outro detalhe que exalta a CBF é um porta-objetos retrátil, que pode ser usado como cinzeiro ou porta-moedas, com o logotipo da confederação adesivado também monocromático e preto.
O Voyage Seleção sai em duas opções de motorização: 1.0 litro de 72/76 cv com gasolina e etanol e câmbio manual e o propulsor 1.6 litro com 101/104 cv com gasolina e etanol, que pode ter câmbio manual ou automatizado de cinco marchas, neste último caso na versão Seleção 1.6 I-Motion. Assim como nas outras configurações da linha I-Motion da marca, é possível adicionar ao volante multifuncional paddle-shifts para trocas manuais, o que melhora bastante o uso do câmbio por motoristas que gostam de controlar a transmissão em determinadas situações.
Na briga dos veículos temáticos em tempos de mundial de futebol, o grande concorrente do Voyage ainda não chegou às concessionárias. Com lançamento previsto para após o Carnaval, o Hyundai HB20S Copa do Mundo Fifa terá tudo que a versão de topo do sedã compacto da marca coreana carrega de série. Inclui até sistema de navegação com TV digital e câmera de ré e câmbio automático.
Com motor 1.6 16V de 128 cv e 16,5 kgfm de torque, com ambos os combustíveis, o sedã comemorativo da marca coreana sai por R$ 53.110. E quem comprar o sedã da Hyundai, além da garantia de cinco anos – que será prorrogada por mais um se o Brasil se tornar hexacampeão – ganha ainda uma bola e uma mochila Adidas oficiais do mundial e um chaveiro com a miniatura da taça que será entregue à seleção campeã.
Páreo duro para o Voyage, que custa completo R$ 51.926 e nem tapete oferece. Que dirá uma garantia maior. Os modelos da série Seleção vêm com uma “garantia total” de 36 meses que, segundo a marca, vale apenas para defeitos de fabricação e montagem ocorridos no uso normal do produto, exceto itens de desgaste e manutenção periódica.
Um detalhe inusitado na série Seleção da Volkswagen é que o para-lamas e o porta-objetos que serve de cinzeiro ganham adesivo com as cinco estrelas atuais da CBF – cada uma representa um dos mundiais de futebol já conquistados pelo Brasil. Ou seja, caso a seleção brasileira saia da Copa do Mundo com sua sexta vitória na competição, na final marcada para o dia 13 de julho, o carro se tornará automaticamente ultrapassado. Questionada sobre o assunto, a Volkswagen informa que não se propõe a trocar os escudos para atualizar os modelos da série especial se a equipe patrocinada por ela conquistar o hexacampeonato.

Ponto a ponto – Voyage Seleção 1.6 I-Motion

Desempenho – O motor 1.6 atinge seu torque máximo – de 14,5/15,6 kgfm com gasolina e etanol – já em 2.500 rpm, o que facilita seu uso em tráfego urbano, onde não há tanto espaço para esticar marchas. E se mostra suficiente para movimentar o sedã compacto sem grandes dificuldades, mesmo em rotações mais altas. A transmissão automatizada I-Motion efetua trocas lentas, mas usada no modo Sport ou de forma manual, revela um carro ágil e com desempenho bem justo para a média. Nota 7.
Estabilidade – O Voyage tem suspensão firme e, na versão testada, os pneus de medida 195/55 montados em rodas opcionais de 15 polegadas ajudam a manter a estabilidade do veículo. A carroceria rola pouco nas curvas, transmitindo segurança adequada em viagens em estradas. Nota 7.
Interatividade – Os comandos são de acesso rápido e possuem leitura clara a respeito de cada funcionalidade. O volante multifuncional é outro ponto que facilita a vida do motorista, com atalhos para uso do rádio, Bluetooth e até trocas manuais de marchas, através de paddle-shifts opcionais. A visibilidade do carro é satisfatória, bem semelhante à da maioria dos sedãs compactos. Nota 7.
Consumo – O InMetro deu nota “B” para o Voyage Seleção I-Motion. De acordo com os dados do instituto, o sedã conseguiu média de 10,7 km/l de consumo na cidade e 13,6 km/h na estrada, quando abastecido com gasolina. Já com etanol, esses valores passam para 7,3 km/l e 9,5 km/l, respectivamente. Nota 7.
Conforto – A suspensão firme auxilia a estabilidade, mas mostra sua desvantagem na hora de enfrentar a buraqueira das ruas brasileiras. Os impactos provocados pelos desníveis no solo são sentidos pelos passageiros, que também não desfrutam de tanto espaço interno. O entre-eixos idêntico ao do hatch Gol, de 2,46 metros, faz com que a folga dos ocupantes dianteiros se traduza em aperto para os traseiros. Nota 6.
Tecnologia – O motor 1.6 da Volkswagen é antigo, mas não deixa a desejar. Aliado à transmissão automatizada, porém, sofre com as trocas lentas e só consegue mostrar de fato seu real desempenho no modo manual. O rádio opcional com simulação visual do sensor de estacionamento também se destaca, embora não seja tão preciso quanto uma câmara de ré seria. Mas não deixa de ser decepcionante um carro que parte de R$ 46.160 não trazer o ar-condicionado como item de série. Nota 6.
Habitabilidade – O espaço interno, apesar de típico na categoria de sedãs compactos, traz uma quantidade razoável de porta-objetos, incluindo um com o escudo da CBF adesivado. Os ângulos de entrada das portas são eficientes tanto para os passageiros da frente quanto para os de trás. O porta-malas de 480 litros agrada, mas as alças que invadem sua área útil prejudicam na hora de guardar malas e outras peças mais volumosas. Nota 7.
Acabamento – Encaixes bem feitos e sem rebarbas aparentes, mas falta algum traço de requinte no painel do sedã. Exceto pelo volante multifuncional opcional e o câmbio I-Motion, tudo carrega um visual antiquado e sem charme. Incluindo o próprio revestimento dos bancos, criado especialmente para a versão Seleção e que se parece demais com a logomarca da Copa de 1970, disputada no México. A percepção que se tem ao entrar no carro é a de que se trata de um automóvel que vale menos do que a etiqueta de preço do Voyage Seleção I-Motion anuncia. Nota 6.
Design – O Voyage tem a mesma “cara” há quase dois anos, quando passou por uma leve reestilização que deu linhas mais retas à dianteira e à traseira do carro. Por fora, a série Seleção ganha apenas um escudo sem cor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nos para-lamas, um “rabisco” verde e amarelo em alumínio na traseira, nome da série inscrito nas laterais e retrovisores com capas em preto laca. O que dá mesmo uma “cara” menos conservadora e cria identificação automática com o futebol são as rodas de liga leve opcionais, que imitam uma bola. Nota 6.
Custo/benefício – A versão testada do Voyage Seleção, a “top” 1.6 I-Motion, custa R$ 46.160, R$ 154 a mais que o Voyage com mesmo motor e câmbio, mas sem os itens estáticos da série especial e nem as pedaleiras esportivas e retrovisores com capa preta e luz de seta. O modelo completo conta com ar-condicionado, rodas de liga leve aro 15 com design exclusivo e pneus 195/55 R15, elevação do assoalho do porta-malas, sensor de estacionamento traseiro, faróis e lanternas de neblina e volante multifuncional com paddle shifts, o que eleva esse preço para R$ 51.926 na opção de uma cor sólida. O Fiat Grand Siena Essence 1.6, equipado com alguns itens a mais, como rodas de liga leve de 16 polegadas, apoia-braço central para motorista e piloto automático, por exemplo, sai por R$ 53.183, já com câmbio dualogic automático. Com o Etios, a Toyota chega aos R$ 45 mil, mesmo preço do Renault Logan, mas ambos com transmissão manual. A Chevrolet cobra R$ 53.790 pelo Prisma LTZ 1.4 com transmissão automática de seis velocidades e a Hyundai extrapola com o HB20S topo de linha com câmbio automático e dispositivo Blue Nav, a R$ 57.340. Nota 6.
Total – O Volkswagen Voyage Seleção 1.6 I-Motion somou 65 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir - Pátria sobre rodas

Dirigir um Voyage Seleção está longe de ser tão emocionante como uma partida de futebol. O sedã compacto da Volkswagen é previsível e não carrega grandes surpresas nas ruas ou estradas. Mas isso não se traduz necessariamente em uma experiência ruim. O propulsor 1.6 garante uma direção bem justa, principalmente em trajetos urbanos, onde o torque máximo já a 2.500 rpm se mostra eficiente.
Já a transmissão automatizada I-Motion de cinco marchas pode trazer satisfação ou insatisfação, conforme for explorada. Em linha reta ou em vias engarrafadas, é sem dúvida um conforto se comparada ao câmbio manual. Mas demanda atenção evitar os trancos sentidos dentro da cabine com as trocas. Para isso, é necessário tirar o pé do acelerador no momento da mudança. As marchas são pouco esticadas no modo “D”. Para exigir um pouco mais do propulsor, convém optar pelo modo manual – trocas pela alavanca ou, opcionalmente, por paddle-shifts no volante – ou ao apertar a tecla “S”, indicada para uma direção mais esportiva.
Mas ficar engarrafado em ladeiras ou, pior, estacionar o carro em uma, já causa uma reflexão maior a respeito de seu desempenho. A ausência de embreagem – em função do câmbio automatizado – aliada à falta de “creeping” – mecanismo que faz um carro automatizado andar lentamente, sem pressão no acelerador, com marcha engatada – deixa como opção mais segura para o controle do veículo o uso do freio de mão. Uma característica que gera incômodo ao condutor e explicita uma das fragilidades do câmbio I-Motion.

Ficha técnica - Volkswagen Voyage Seleção 1.6 I-Motion

Motor: A gasolina e etanol, 1.598 cm³, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Injeção multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automatizado com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência: 101 cv e 104 cv a 5.250 rpm com gasolina e etanol.
Torque: 15,4 kgfm e 15,6 kgfm a 2.500 rpm com gasolina e etanol.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 10,1 e 9,8 segundos com gasolina e etanol.
Velocidade máxima: 189 e 191 km/h com gasolina e etanol.
Diâmetro e curso: 76,5 X 86,9 mm. Taxa de compressão: 12, 1:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson, com braços triangulares transversais, molas helicoidais, amortecedores pressurizados e barra estabilizadora. Traseira interdependente com barra de torção e braços longitudinais, molas helicoidais e amortecedores pressurizados.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 3,89 metros de comprimento, 1,65 m de largura, 1,46 m de altura e 2,46 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série.
Peso: 985 kg.
Capacidade do porta-malas: 480 litros.
Tanque de combustível: 55 litros.
Produção: São Bernardo do Campo, São Paulo.
Lançamento: 2008. Reestilização: 2012.
Itens de série: Duas luzes de leitura dianteiras e duas traseiras, quatro alto-falantes e dois tweeters, alarme com imobilizador eletrônico, banco do motorista com ajuste de altura, banco traseiro rebatível, chave canivete com controle remoto, câmbio automatizado de 5 marchas, destravamento do porta-malas elétrico, direção hidráulica, retrovisor externo elétrico, faróis com máscara negra, freios ABS com EBD, luz de seta nos retrovisores, pedaleiras esportivas, rodas de liga leve com pneus 185/65 R14, sistema de som com rádio AM/FM,CD-player bluetooth,MP3 player e entradas USB e auxiliar, desembaçador traseiro, vidros elétricos e travas elétricas.
Preço: R$ 46.160.
Opcionais: Rodas de liga leve 15″ com design exclusivo e pneus 195/55 R15, ar-condicionado, elevação do assoalho do porta-malas, sensor de estacionamento traseiro, faróis e lanternas de neblina e volante multifuncional com paddle shifts.
Preço completo: R$ 51.926.

Nenhum comentário

Tecnologia do Blogger.